terça-feira, 19 de julho de 2022

Dialética e retórica na visão de Sócrates, Platão e Aristóteles. (Tese, antítese e síntese)

Aristóteles, Platão e Sócrates são filósofos gregos que contribuíram significativamente para a discussão sobre retórica e dialética. Vou explicar a diferença entre esses dois conceitos, bem como as definições de tese, antítese e síntese, conforme se relacionam com suas filosofias.

Sócrates:

Sócrates não deixou muitos escritos, mas suas ideias foram registradas por seus alunos, principalmente Platão. Ele era um filósofo que acreditava no poder do diálogo e da investigação crítica. Sócrates estava mais interessado na dialética do que na retórica. Para ele, a dialética era o processo de fazer perguntas e responder a elas de maneira aprofundada para buscar o conhecimento e a verdade. Ele estava preocupado com a busca da "elenchus" ou refutação de argumentos falaciosos. No método socrático, a tese representaria a posição afirmada, a antítese seria a contestação ou questionamento dessa tese, e a síntese era a resolução ou a conclusão alcançada após um debate crítico.

Platão:

Platão, discípulo de Sócrates, também estava mais inclinado à dialética do que à retórica. Para Platão, a retórica era vista com desconfiança, pois acreditava que poderia ser usada para persuadir as pessoas sem se preocupar com a verdade. Na obra "Górgias", Platão critica a retórica como uma arte de enganar. Em contraste, a dialética, como a entendia Platão, era o processo de questionar e examinar ideias para alcançar a verdade e o conhecimento. A tese representaria uma crença ou ideia, a antítese seria a negação ou contestação dessa crença, e a síntese era a busca da verdade por meio do debate e da investigação.

Aristóteles:

Aristóteles, por outro lado, fez uma distinção mais clara entre retórica e dialética. Ele reconheceu que ambas eram importantes, mas tinham objetivos diferentes. Aristóteles definiu a retórica como a arte de persuadir, especialmente em contextos públicos, como tribunais e assembleias. A retórica visava ao uso eficaz da linguagem e da persuasão para influenciar a opinião das pessoas, independentemente da verdade ou da falsidade do que estava sendo dito.

A dialética, para Aristóteles, era um método de investigação lógica e filosófica. A tese representava uma afirmação, a antítese era a negação dessa afirmação e a síntese era a conclusão lógica e a resolução alcançada após a análise crítica de ambas as partes. A dialética tinha o objetivo de chegar à verdade por meio do exame minucioso de argumentos e ideias, ao passo que a retórica tinha o objetivo de persuadir e influenciar uma audiência.Em resumo, Sócrates e Platão estavam mais preocupados com a dialética como um meio de busca da verdade, enquanto Aristóteles fez uma distinção mais clara entre retórica e dialética, com a retórica sendo uma ferramenta de persuasão e a dialética sendo um método de investigação lógica e filosófica. Tese, antítese e síntese são conceitos que se relacionam com o processo de debate e análise crítica, com o objetivo de alcançar a verdade e o conhecimento na dialética.

Daniel Guisse 

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